segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O IGNORANTE-INCAPAZ E O VISIONÁRIO

"O ignorante, que também é incapaz e invejoso, ri zombeteiramente do visionário e o chama de louco. O tempo evidenciará os motivos de ambos." - de Geraldo Santos

O livro do profeta Neemias nos ispira a refletir sobre este pensamento acima, traçando o caminho destas posições. Caso você não conheça a história bíblica, recomendo que tire alguns minutos e volte-se para o livro do profeta Neemias.

Em suma, o ponto que quero destacar é a visão de Neemias: enxergando necessidades, preparando o caminho, traçando um plano, executando uma tarefa, completando um objetivo. Sem falar que tudo isso era absurdamente demais para se alcançar, segundo o ponto de vista de alguns, e ainda motivo de oposição dos ignorantes, que são incapazes e invejosos.

No curso da história muitos "Sambalás e Tobias" se apresentaram contrários e querendo prejudicar os visionários.

A loucura dos visionários é que deu à humanidade as maiores soluções e inovações que conhecemos, ora por suas próprias mãos ora por consequência de terem preparado o caminho.

Assim o é nos vários segmentos da sociedade e não poderia deixar de ser também no meio de uma igreja e Denominação.

Mesmo entre santos irmãos na igreja, a Síndrome de Sambalá e Tobias aparece, e aquilo que poderia ser o início de uma caminhada cheia de descobertas e respeito mútuo, torna-se um conchavo de palavras e ataques desrespeitosos que sufocam e matam atitudes e desafios criativos, e podem chegar até mesmo a fazer perder décadas inteiras com base na defesa da inoperância.

É nisto que entra a boa mão de Deus, sua providência e desígnios eternos. Seu poder é capaz de perdoar os pecados, sarar as feridas e tornar realidade as visões, pois o que importa no final é que tudo está sob seu controle cíclico e linear.

Então, fiquemos tranquilos! Os visionários no mundo terão seu espaço, e em especial nas Denominações com suas igrejas. Não será uma meia dúzia de Sambalás e Tobias, zombeteiros que são, que impedirão os grandes projetos, se estes estiverem no coração de Deus e contarem com Sua aprovação.

Sigamos em frente; deixemos o tempo separar os dois.

Pr. Geraldo Santos.

domingo, 29 de janeiro de 2012

O ATAQUE DAS AVES DE RAPINA

Terceiro Sermão Dominical, 29/01/2012 - Série em Deuteronômio

O ATAQUE DAS AVES DE RAPINA

Texto Base: Deuteronômio 5.1 - 6.3

Texto Paralelo: Gênesis 15.9-21

INTRODUÇÃO

Recordando a mensagem anterior, vemos:

- Em Dt 4.13,14 a evidência de que Israel aceitou a aliança com Deus era o fato de viver obedecendo aos Seus mandamentos.

- Em Jr 31.31-34 a resposta à pergunta como podemos ter prazer na Lei do Senhor é tê-la, pelo próprio Senhor, escrita em nossos corações.

- A aliança era mais do que uma lista de estipulações.

- Era fundamentalmente um relacionamento entre Javé e Israel.

Portanto, afirmamos que:

- O coração, o centro da fé de Israel, está na aliança firmada no Sinai e no decálogo.

No que diz respeito ao decálogo (5.6-21; 6.1-3), destacamos alguns princípios:

- refletem as duas grandes áreas de obrigações para com Deus (4) e para com os semelhantes (6).

- observar ambas as áreas era essencial para uma vida plena.

- deve ser obedecido naturalmente, pois é como se estivesse gravado no coração.

- anuncia em quem tem origem a aliança: Deus.

- são a base do monoteísmo.

- ensinam a adorar com submissão.

- reconhecer o Deus zeloso e soberano.

- exigências fundamentais para a vida em sociedade.

- enfatizam a importância de a revelação ser plenamente divina.

- eram ocomeço do que se diz serem os "estatutos e juízos" assim definidos: estatutos (decretos, lei, ordenança); juízos (fazer aquilo que era correto e justo aos olhos do Senhor).

- baseiam-se em 4 ordens: ouvir, aprender, cuidar e cumprir.

No que diz respeito às experiências no Sinai (5.2-5; 22-37) destacamos alguns princípios:

- o Israel original continha em si os israelitas de todas as épocas.

- o acontecido em Horebe (Sinai, Ex 20), não é só do passado, mas também de todas as épocas.

- Deus é pessoal e pode ser conhecido em termos pessoais (antropomorfismo).

- o temor levou-os a pedir que Moisés fosse seu mediador.

- todo o Israel formava uma unidade com seus antepassados não só na experiência de libertação dada por Deus, mas na responsabilidade de cumprir a Lei de seu soberano Senhor.

Relembramos novamente o princípio deuteronômico (obediência = vida; desobediência = morte).

Mas, neste momento ampliaremos este princípio claramente expresso em todas as antigas alianças.

Trataremos agora da única condição que trouxe bênçãos eternas e incondicionais.

Em 5.4 temos a convergência da Lei dada, proclamada e falada com a sua fonte soberana, apresentada nos temíveis acontecimentos no Sinai, que é Javé.

A declaração "face a face" não significa visível, mas enfatiza a área de relacionamento pessoal, e não em termos meramente legalistas, entre Javé e seu povo.

E é baseando-se noutra aliança, a Abraâmica (Gn 15.1-21), que vou sugerir a proposição a seguir:

CARACTERÍSTICAS DO CONCERTO (ALIANÇA, TESTAMENTO) DE DEUS PARA COMIGO:

1) É UMA PROMESSA SOLENE DE QUEM A FAZ E GARANTE POR SI MESMO, QUE É DEUS

- Refletindo união e cooperação entre as partes

- Não sujeitando-se às possíveis variações futuras dos sentimentos ou das circunstâncias

- II Tm 2.13 - "Se somos fiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo."

- É a garantia de que fomos alcançados pelas bênçãos prometidas a Abraão.

- Ler Gl 3.14,29; Rm 4.1-25

- É escatológica: a condição da obediência que incondicionalmente abençoou as nações (Gn 12.3).

2) É FORMALIZADA POR MEIO DE UM SACRIFÍCIO DE SANGUE

- Em um tipo específico de ritual daquela época, um animal era sacrificado e seu corpo era partido ao meio. Suas metades eram colocadas no chão uma diante da outra, por onde circulavam na forma de um 8, em volta das partes, fazendo a aliança.

- Por este ato declaravam que aquele que quebrasse a aliança deveria ser despedaçado como aquele animal (Gn 15.9-17; Jr 34.17,18).

- O sacrifício dos animais prefigurava o sacrifício de Cristo na cruz. É sinal da aliança perpétua entre Deus e os salvos.

- O sangue confirma a aliança (I Co 12.25).

3) É ETERNA

- Os que faziam a aliança passavam por suas metades de braços dados.

- O desenho do 8 significava "sem começo ou fim, eterno" - aliança

- Então, passa de geração a geração

- Essa cerimônia foi dada a Abraão como garantia de que sua semente herdaria a terra nas mesmas fronteiras dadas a ele em Gn 15.18-21.

- Ler Rm 4.16; Hb 6.13-18

4) É PURIFICADORA

- A resposta divina vem por fogo. A maneira de Deus se manifestar é pelo fogo.

- Este simboliza a destruição das impurezas do pecado, purifica o vaso e o torna capaz de fazer sua obra.

- Só Deus pode fazer isso, sem a participação humana.

- Ef 2.8-9; Mt 3.11; I Co 3.13-15; Hb 12.29; I Pe 1.7

CONCLUSÃO

- Como eu disse, nossa visão da aliança (do concerto) ampliou-se quando tratamos da intimidade de Deus com o povo.

- Passamos da aliança Sinaítica (totalmente condicional) como uma aliança "face a face", para uma lembrança da aliança Abraânica, que converge em Cristo, o Emanuel, Deus conosco, Face a Face.

- E o nosso papel agora?

- Abraão estava acostumado com aquele ritual.

- A quantidade de animais apenas dava a importância do decreto.

- Abraão deve ter esperado andar com Deus nos termos da aliança.

- Deus não veio naquele momento.

- Abraão se esforçou sozinho por manter os preparativos, até não conseguir mais e dormir pesadamente.

- Deus passou sozinho entre o sacrifício.

- Ele é quem faz e garante sozinho o pacto.

- Ler Jo 3.16

- Nesta aliança o homem não se igualou a Deus.

- Se as aves de rapina pudessem, roubariam a cena, mas Abraão estava vigiando.

- Embora vigiasse, o sucesso daquela aliança estava em Deus!

- A base está na aliança Edênica (Adâmica) de Gn 3.15

APLICAÇÃO

- Os princípios desta aliança são: confiança e obediência.

- Os resultados são: bênçãos e posteridade.

- O que faremos hoje? Que decisão tomaremos?

- O Senhor nos chama para um encontro face a face!